os vapores do vinho e a fumaça me inspiraram. quando eu virei a esquina de casa eles sopraram no meu ouvido e eu lembrei que à tarde, não sei direito porquê, a luísa me falou estou lendo eça de queiroz, eu perguntei que livro, ela disse os maias, e eu respondi eça de queiroz é o escritor preferido do meu pai, ele leu tudo do eça, tínhamos a obra completa lá em casa (nessa hora eu lembrei que moro sozinho e não sabia se me faria entender com o 'lá em casa'), mas nunca li, e continuando ela já falou li também o primo basílio, respondi, o primo basílio é o livro preferido do meu pai, ela disse você devia ler, eu expliquei sabe por que eu sei que é o livro preferido dele, era uma pergunta retórica, não esperei para dar seguimento, sabe por que eu sei disso, retórica de novo, na única vez em que me mudei com a minha família (outras duas vezes me mudei da minha família) na única vez em que me mudei com a minha família eu tinha onze anos, estava tirando os livros todos da caixa, quando quase rasguei a lombada do primo basílio, minha mãe se assustou, esse é o livro preferido do seu pai, mas o fato é que meu pai nunca me deu um livro e disse você devia ler esse livro, bruno.
por isso que digo que me criei sozinho, mas você deve sempre desconfiar de um homem que bate no peito e diz eu me criei, um homem que fala isso finge ter orgulho, mas na verdade ele só está expressando uma tristeza profunda.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
paraty
a flip foi uma experiência tão íntima que me recuso a compartilhá-la. experiência que inclui não só as quarenta e oito horas que passei em paraty, mas também a primeira semana no novo emprego e o debate a que assisti segunda-feira passada.
restaria, portanto, comentar os passeios pela cidade. este assunto, porém, apesar de não ser privado, não interessaria a mais ninguém além dos que estavam ao meu lado nesses passeios, e seria redundante repetir tudo aqui.
não fosse uma pequena dor que sinto dentro de mim por uma triste coincidência, poderia dizer que estou feliz.
restaria, portanto, comentar os passeios pela cidade. este assunto, porém, apesar de não ser privado, não interessaria a mais ninguém além dos que estavam ao meu lado nesses passeios, e seria redundante repetir tudo aqui.
não fosse uma pequena dor que sinto dentro de mim por uma triste coincidência, poderia dizer que estou feliz.
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