domingo, 30 de novembro de 2008

nostalgia

se você alguma vez já se sentiu incomodado pela possibilidade da não-existência, sua ou do universo, pense agora que, de fato, a sua não-existência foi um fato durante a maior parte do tempo: afinal, onde você estava antes de nascer? você lembra de alguma coisa pré-vida? por que seria diferente com a morte?
a única qualidade da não-consciência pré-vida impossível à não-consciência da morte é que você pode assimilar muitas coisas que aconteceram antes de você nascer. os filmes estão nas locadoras, os livros estão nas prateleiras, as fotos também, algumas pessoas ainda estão vivas.
mas como suportar a curiosidade e a impotência diante do que acontecerá sobre o seu túmulo?
como suportar o mal-estar ao imaginar a não-consciência? essa imagem já é por si só desconfortável, mas ainda assim é apenas um exercício da própria consciência. agora, tente imaginar o nada.
e o deus que criou o mundo? ele foi capaz de construir isso tudo, correto. mas até que ponto ele é capaz de destruir? e se ele desfizesse o mundo, seria capaz de ir mais longe? ele pode fingir que nada aconteceu? teria o poder de apagar de sua própria memória as lembranças do mundo que destruiu?

Um comentário:

Sicknsour disse...

não. não existir seria um alívio.