sábado, 10 de janeiro de 2009

o caracol

saí do aeroporto carregando a mochila com o laptop, o livro da vez, papéis, e arrastando uma mala com roupas e necessidades básicas. cá estou, pronto para uma, talvez duas, semanas de isolamento. as perspectivas não são boas: onde afinal será minha casa, quando eu retornar ao rio de janeiro? tento pensar pelo lado positivo. quando as opções são poucas, quando é pouco o que nos resta, descobrimos quem somos. faz pouco notei que o quarto do hotel não é muito maior que os apartamentos que tenho visto. o que eu queria mesmo? ah, sim: um lugar pra dormir, tomar banho, lavar minhas roupas, cozinhar, trepar, guardar meus livros, receber amigos em pequenos grupos. anotado. deito e começo a ler, vã esperança de tranquilidade. a programação do cérebro hoje (sempre?) inclui reprises. só reprises. uma maratona de temporadas anteriores. parece óbvio, mas precisei ouvir da boca de uma amiga para entender que tanto mergulho no passado é um claro sinal de medo do futuro. sou muito novo, o suficiente para lembrar com clareza de quando ainda era inocente. e o quê, afinal, é necessário para ser feliz: inocência ou maturidade?
ah, não! essa história sobre "ser feliz", de novo...

3 comentários:

Fay disse...

nem um, nem outro. os dois: inocencia e maturidade.

:)

Sicknsour disse...

completa a letra:

é de você que eu me lembro, só de você e ninguém mais, e ninguém maaaaais, e ninguém mais...

Pedrin disse...

Meu voto vai para inocência; e só.

Ignorância é uma benção, desconhecimento é perfeição, sabedoria é a falte de saber.