terça-feira, 30 de dezembro de 2008

estômago

prezados leitores, esqueçam os elogios que fiz à intensidade da vida. é muito difícil desejar as coisas como se nos apresentam quando as realizações são poucas. e hoje elas são. então, tudo se torna metáfora. como, por exemplo, ir à rua, comprar quatro lindas berinjelas, começar a embrulhá-las em papel alumínio antes de colocá-las no forno, perceber que o papel será pouco, voltar à rua para comprar mais, finalizar o trabalho. após três longas horas, retiro a primeira delas do forno. a faca desliza fácil, expõe-se a polpa verde-escuro. e o que ela secreta, além de fileiras de sementes e um cheiro maravilhoso? uma larva. morta, obviamente, assada lentamente dentro do que foi ao mesmo tempo sua casa e seu alimento. abro mais duas berinjelas com esperança de que fosse um problema pontual, mas estava enganado. a última vai para o lixo ainda embrulhada. como o estômago.

2 comentários:

Fay disse...

primeira coisa que pensei ao terminar de ler: "hmm bruno virou vegetariano!" rss beijo.

KK disse...

metáfora é bem pouco estômago, você não acha? talvez cérebro demais...

a larva embrulhou o estômago, sem metáfora.

(e, não vire vegetariano, por favor!)